domingo, 27 de maio de 2012

Notícias do Trem em Mundo Leitura

Imagens dos melhores momentos da solenidade de entrega das caixas de leitura do Projeto Trem das 10 para diretoras e educadores de escolas públicas de Maceió, estão disponíveis no Portal Mundo Leitura.
Para ler as reportagens e visualizar as fotos, basta clicar no links a baixo e curtir as matérias:

Trem das 10 conclui etapa Maceió 

Escolas de Maceió recebem centenas de livros

 

 

 

Maceió recebe caixas de leitura



Solenidade na Semed reuniu diretoras e educadores da rede pública 

Escritores integrantes do Projeto Trem das 10 Leitura a todo Vapor realizaram na última quinta-feira, dia 24, às 14h, no auditório da Secretaria Municipal de Educação, na Cambona, a entrega de mais de 200 caixas de leitura para diretoras de escolas públicas da rede municipal de Maceió. A solenidade, que contou com a presença de representantes da Semed e ONG Teteia, executora do projeto, marcou o encerramento do cronograma de atividades do Trem das 10.

Financiado com recursos do BNDES, Banco do Nordeste e Governo Federal, o projeto vencedor do edital BNB de Cultura 2011, realizou cinquenta visitas a escolas de Maceió e Marechal, beneficiando um público direto de 3 mil pessoas, entre crianças e adolescentes participantes das oficinas culturais na sede da ONG Teteia,  educadores e multiplicadores de leitura, que compareceram as oficinas literárias, além dos momentos de contação de histórias, que reuniram os 10 autores e  estudantes da rede pública.

     
Ao concluir a etapa de Maceió, o projeto totaliza 350 caixas de leitura distribuídas, o que equivale a 3.500 livros infantis circulando por salas de leitura e bibliotecas da rede pública municipal de Maceió e Marechal Deodoro. Cada instituição beneficiada com a distribuição gratuita de livros recebeu juntamente com as caixas em formato de trem, catálogos contendo minibiografias dos autores, alem de sugestões de dinâmicas de leitura que poderão ser relacionadas a conteúdos das disciplinas escolares.
     
“Agradeço, de antemão, a todos que participaram deste projeto pelo empenho e carinho, e pela alegria proporcionada aos alunos. Muitas dessas crianças nunca tiveram a oportunidade de conhecer de perto um autor de sua terra. Acho que cumprimos nosso papel de contribuir com a democratização da leitura em nosso Estado, de não cruzar os braços, enquanto a política de educação continua a passos lentos. Espero que cada autor continue afirmando sua caminhada no universo da literatura infantil, plantando e colhendo frutos, sem ter medo dos solos árduos que muitas vezes temos de enfrentar”, concluiu Simone Cavalcante, autora e coordenadora editorial do Trem das 10 Leitura a Todo Vapor.



Autores e atividades literárias

Os livros selecionados para as caixas de leitura são de autoria dos escritores Tiago Amaral, Ruth Quintela, Marijôse Albuquerque, Claudia Lins, Socorro Cunha, Leonardo Pimentel, Luciana Fonseca, Simone Cavalcante, Fátima Maia e Ricardo Cabús. A distribuição gratuita das obras foi apenas uma das etapas do projeto, iniciado em janeiro com a realização de oficinas culturais e literárias, comandadas pela contadora de histórias Marize Sarmento, do grupo Contadores da Carochinha..

O projeto também realizou formações literárias para mães e educadores de Marechal Deodoro e representou uma iniciativa pioneira conduzida por uma ONG em benefício da educação pública em Alagoas.

Itinerários de visita de Tiago Amaral


Rapapé e Bafafá, personagens de meu livro "A casa da reinação", embarcaram no TREM das 10 e fizeram a maior festa com as crianças da rede pública de ensino de Maceió. Foram cindo escolas visitadas e muitas surpresas compartilhadas durante os encontros que apresentaram a caixa de leitura em forma de “trem”, com seus dez livros de dez autores, a ser entregue a cada uma. 

Minha rota teve início na Escola Silvestre Péricles, localizada no Pontal da Barra, no dia 26 de março. No encontro com seus alunos, falei sobre a importância do “trio” formado por “escritor-livro-leitor” para fortalecer o hábito da leitura que deve nascer da necessidade de cada um em buscar conhecer mais sobre histórias e temas que de fato lhe interessem. Em dois momentos da conversa com estudantes do 6º e 7º anos, expus que o contato com o escritor é fundamental para desfazer a ideia de que o livro é algo distante. “O livro é apenas um instrumento para descobrirmos o que muitas vezes já está em nós, como uma curiosidade sobre determinado assunto ou uma afinidade em relação a algum tema. Às vezes somos obrigados a ler aquilo que não nos desperta paixão, mas quando embarcamos num livro que nos toca fundo é aí que a semente da leitura pode germinar”.

Em 29 de março, cheguei à Escola Monsenhor Luiz Barbosa, no bairro do Prado. Num espaço aconchegante, cuidado por profissionais dedicados e entusiasmados, fui apresentado aos alunos do 1º ano. Para eles, contei a história de “A casa da reinação”, entre brincadeiras com os bonecos-personagens e momento para um bate-papo no qual falei sobre como eu via o encontro entre quem escreve e quem lê: “Toda criança é um passarinho no ninho, à espera de algo que o alimente, arregalando olhos e aguçando ouvidos para o mundo. Quando conto histórias, sinto que posso saciar um pouco essa fome de tudo”.

A Escola Nossa Senhora da Guia, situada no Trapiche, foi visitada no dia 03 de abril. Cheguei um pouco antes da hora da merenda e aguardei as crianças lancharem para então iniciar a contação. Quando comecei, todas estavam tranquilas e atentas, tão comportadas que resolvi lhes contar mais uma história. Bastante participativos, os alunos do 2º ano me perguntaram por que eu gostava de escrever livros e lhes respondi que isso era uma necessidade para mim, como quando temos fome e precisamos comer. Assim, fazendo uma ponte com a importância que a hora da merenda tinha para as crianças, eu disse: “Quando a gente tem fome de comida, a barriga ronca. Mas existe outra fome que a gente só sente se souber ouvir a curiosidade. É a fome de uma comida diferente, chamada conhecimento”.
A quarta parada em meu roteiro foi a Escola Tereza de Jesus, no Prado, em 10 de abril. Os alunos do 2º ano não sossegaram até conhecerem de perto os bonecos Bafafá e Rapapé de “A casa da reinação”. Após a contação, conversei sobre a magia presente no olhar dos irmãos Tito e Lina, personagens do livro, perguntando às crianças quais eram seus brinquedos favoritos e por quê. De repente, uma menina me devolveu a questão e eu respondi: “O livro!”. Todos riram estranhando minha escolha e eu expliquei: “O livro é o melhor brinquedo do mundo porque com ele eu posso, além de brincar, descobrir, viajar, sonhar, e tudo isso sem sair do lugar. Isso é mágica ou não é?”.

Chegando ao fim do percurso, no bairro da Levada, a Escola Ranilson França me recebeu no dia 19 de abril. Tendo como fundo sua biblioteca cheia de brinquedos produzidos pelos alunos, contei “A casa da reinação” para crianças de várias séries. Cada um que apontasse um detalhe diferente do que mais tinha lhe chamado a atenção na história. Os menores se divertiram com os bonecos, enquanto os maiores levantavam os dedos querendo expressar o que tinham entendido com os acontecimentos narrados. Foi aí que lhes mostrei como uma única história pode ganhar interpretações diversas. “É assim que a gente exercita a mente. Era uma vez que nada! São muitas vezes que aprendemos quanto mais livros lemos”.





Livros: aventura e encantamento



Fátima Maia
Escola Marizete Correia, Loteamento Casa Forte. Manhã e Tarde. Fui recebida pessoalmente pela diretora Catarina Cerqueira que abriu as portas da escola para o projeto Trem das 10, irradiando alegria e prometendo participar daquele momento como um momento especialíssimo pra sua escola. As crianças já sabiam com antecedência da minha visita.

Por ser uma escola pequena, ficou mais fácil organizá-los no pequeno pátio na entrada da escola. A interação foi tanta que a diretora pediu que a visita se estendesse para o horário da tarde para que os alunos daquele horário não ficassem privados desse privilégio, porquanto, são raras as oportunidades de conhecerem  um escritor. 

A situação desta escola no que concerne a segurança é de grande vulnerabilidade  por vários motivos, dentre outros a insegurança do bairro que obriga os pais a irem buscar os filhos mais cedo do que o horário estabelecido pelo calendário escolar bem como pelo próprio prédio da escola que carece de porteiro e guarda escolar, obrigando a sua diretora a atuar também como guardiã da segurança pessoal dos alunos e outros que compõem a escola.

A sensação de tocar os livros


Escola Pompeu Sarmento, Barro Duro. Sendo vizinha desta escola posso acompanhar através do vai-e-vem dos alunos e dos comentários dos seus pais a importância dessa escola para nosso bairro, além de já ter conhecido pessoalmente alguns projetos que são executados com sucesso em suas salas de aulas com alunos especiais e professores, por suas formações e capacitações. 

Fui recebida por sua diretora Maria José, que me apresentou a coordenadora pedagógica e a assistente social que cuidaram de toda organização e seleção das turmas que iriam participar,  por quanto a escola atende a um grande número de alunos em diferentes faixas etárias. Nosso encontro foi conduzido para o refeitório por ser espaçoso e reservado visto que a sala de leitura estava ocupada por uma turma com um projeto em desenvolvimento. 

As questões das plantas arquitetônicas das escolas nas quais as salas circulam seus pátios requerem uma maior mobilização da escola no sentido de pensar qualquer tipo de atividade como um todo, que envolva todas as turmas, caso contrário, servirá apenas de perturbação aos que não podem participar de dentro do evento restando-lhes apenas os ruídos.  A apresentação foi muito bem aceita e compartilhada por todos os alunos que interagiram de forma alegre e espontânea.

"Os livros só mudam as pessoas"



Fátima Maia 
Escola Paulo Freire, no sítio São Jorge. Cheguei com quase dez minutos de atraso depois de ter vasculhado o bairro quase que totalmente à procura da escola que quase ninguém sabia da sua localização. Fui recebida com expectativa pelos alunos e professores que achavam que eu não ia mais. Quando apertei a cigarra da escola vi, as cabeças que assomavam às portas das salas de aula numa demonstração da agitação que a espera os causara. 


Fui recebida pela diretora, coordenadora e supervisora que cuidaram de abrir os cadeados que os protegiam dos perigos oferecidos por alguns moradores indesejados. A presença do projeto Trem das 10 - leitura a todo vapor levou com certeza além da importância do projeto com a sua dimensão para o acervo escolar, a visita de um autor  que investido de sua condição e da sua responsabilidade propõe por meio do conhecimento e da aprendizagem uma mudança de atitude para os novos leitores como tão bem definiu Mário Quintana ao afirmar: 


“ Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. 


A apresentação do projeto nesta escola teve um sabor especial por incentivar o hábito da leitura como formação, informação, entretenimento e a possibilidade de sonhar e viajar pra um mundo muito melhor do que esse mundo de violência que os cercam. Contudo, recebi das crianças e dos professores a alegria do encantamento pelos olhares e expressões que acompanharam cada momento da apresentação.

A alegria de compartilhar os livros



Fátima Maia
Escola Monsenhor Antônio Assunção, no final do conjunto José Tenório. Fui recebida pela diretora Cristina de Fátima que organizou a turma no galpão do recreio, turma pequena, de primeiro ao quinto ano que, após conhecer o projeto, os autores e a sua importância para o enriquecimento da biblioteca escolar, conheceram também os  personagens da história da Tatibitati que contaram o nascimento da floresta com sua fauna e riqueza vegetais, por meio do conto e da música. 


A apresentação foi coroada pela alegria expressas nos olhares que acompanharam a história e na alegria de cantarem o repertório contido nas músicas além da felicidade de manusearem os livros com a certeza de que poderão lê-los brevemente na biblioteca da escola. O encerramento foi um momento à parte onde todos queriam ser fotografados com os livros e ainda fizeram fila para o autógrafo que ficou registrado nas suas agendas.

Fátima Maia na Escola Hévia Valéria



Cheguei à escola Hévia Valéria, no conjunto Vilage Campestre sob a direção de Marcilene Gomes e fui recebida pela vice diretora Eliane que organizou os alunos para me receberem em alto estilo e me acompanhou auxiliando-me na leitura. 

O pátio foi preparado com cadeiras, tal um auditório, mas, a escadaria, os corredores todos os espaços foram preenchidos pelos alunos e professores  ávidos para participarem da apresentação do projeto. Posso afirmar que ninguém arredou os pés do local, antes pelo contrário...Ouviram a apresentação com expectativa e queriam receber o livro como um belo presente... 

Eu, movida pela emoção, ao apresentar os livros e seus escritores fui distribuindo-os para que eles pudessem folheá-los, e aí... Todos queriam levá-los para casa e gerou uma pequena agitação contida pela explicação de que todos eles teriam acesso a esse patrimônio por meio da biblioteca da escola. Então como num conto de fadas, todos, depois de compartilharem os livros com os colegas os devolveram para caixa de leitura e compartilharam comigo uma tarde das músicas e das histórias que fiz exclusivamente para eles... E por eles.

Leitura não tem idade


Ricardo Cabús
Às 13h30 do dia 27 estava na escola Sagrado Coração de Jesus, em Cruz das Almas e logo diversas turmas foram levadas a uma das salas de aula, onde haveria a leitura. Foi um sucesso. Muitas crianças, muitas perguntas, muita alegria. Conclui as tarefas no prazo disponível e saí em direção a Ipioca, onde concluiria as últimas visitas.

A viagem foi agradável e cheguei à Escola Marechal Floriano na hora estabelecida. Só que mais uma vez era hora do lanche e tive que esperar um tempo. Começamos pelo Anexo da Escola, com as crianças mais novas. Todas, bem alimentadas, participaram ativamente da atividade. A garotada entrou no clima da leitura e tornou o momento agradável. 

Fim da leitura, as crianças voltaram às salas de aula enquanto eu preparava o material para ir embora. No corredor de saída, passei pela janela das salas e para minha felicidade recebia acenos carinhosos das crianças. Não deu para segurar a emoção.

Em seguida, desci a praça em direção à Escola principal, para realizar a apresentação para turmas mais avançadas. Ainda era hora do intervalo. Fiquei na quadra de esportes – onde faria a leitura – observando os garotos jogando bola. Na verdade não havia uma bola, mas um objeto transformado em bola – física e mentalmente. Entretive-me bastante. As crianças eram maiores e as brincadeiras diferenciavam das escolas e creches anteriores.

Enquanto montava o banner, as crianças observavam curiosas e eu explicava o que iria ocorrer após o recreio. Havia sido combinado que seriam os alunos da 3ª série, mas garotos das séries maiores pediam para ficar. Tocou a sirene e os funcionários chamavam todos para as salas de aula. Um garoto da 4ª Série se escondeu atrás de uma lixeira tentando ficar para a leitura. Não deu certo, foi visto e levado para a aula. Observei à distância. Nada pude fazer.

Então iniciei a apresentação e a leitura. Tudo transcorreu de forma prazerosa e participativa. Após algumas fotos, com a bateria do celular descarregando, juntei o material e encerrei a atividade. A sensação de prazer tomava conta de mim. Sai da escola após os cumprimentos de praxe e fui à praça, no Alto de Ipioca, admirar por alguns instantes aquela vista estrondosa do mar. O céu era azul, o mar era algo em torno do verde e a cor da brisa que refrescava minha emoção era indefinida. Veio-me uma tautologia: Maceió é bela. Estava estático e extático. 

Cabús se diverte com crianças de creche-escola


Na semana seguinte, 30 de março, a visita foi à Creche Herbert de Souza, na Vila Emater, Jacarecica. Tive dificuldade de contato, pois o telefone não atendia (depois soube que estava quebrado).  Decidi, mesmo assim, ir na hora marcada. Cheguei à Creche, tendo passado por um trajeto insólito.  Na busca do endereço, segui, após alguns desacertos, por dentro do antigo lixão de Maceió.


Paradoxalmente, o caminho entre os altos morros de lixo tinha uma vista incrível da praia de Jacarecica. Alguns caminhões ainda transitavam, carregando dali o reciclável. Segui lentamente, e após mais alguns percalços, cheguei à Creche, onde fui muito bem recebido pela diretoria. Era hora do lanche e havia uma comemoração de aniversário. Aceitei uma fatia de bolo e comi com as crianças. Em seguida fomos para uma sala preparada para a apresentação do Projeto.

Como na creche anterior, a garotada divertiu-se bastante. Muitas fotos foram tiradas. Saí pleno de alegria com a recepção das crianças. Na saída, ensinaram-me outro caminho. Desta vez não havia lixão, mas a vista era banal. 

Ricardo Cabús em visita à Creche Benevides



Quando fui convidado pela Simone para fazer parte do Projeto Trem das 10 e soube que – além da distribuição dos 350 livros – o autor teria que visitar cinco escolas para falar do projeto e ler uma história, pensei: vai ser legal. E foi.

Comecei pela Creche Benevides Epaminondas, em Riacho Doce. Era uma sexta-feira, 23 de março, o céu claro me envolvia no trajeto pela AL-101 Norte. Sem problemas no trânsito, cheguei antes da hora marcada. Os professores já me esperavam e as crianças estavam se aprontando para ouvirem a leitura. Montei o banner e após alguns minutos as crianças estavam todas sentadas. Eram pequenas, ainda sem idade para alfabetização. 

Comecei falando do Projeto Trem das 10 e em seguida passei a ler A Galinha Saudosa. Os meninos e meninas participaram com atenção e perguntas. Uma ou outra criança se destacava com um olhar, uma palavra ou um sorriso. Eu saí carregando olhares, palavras e sorrisos.