quinta-feira, 7 de junho de 2012

Do impresso ao virtual, uma leitura dinâmica, interativa com novas percepções no aprendizado


Luciana Fonseca
Minha programação com visitas às escolas foi alterada devido à dificuldade que encontrei  em discutir, expor e trocar ideias sobre o processo de criação literária, entendimento sobre o autor  e a obra para um público grande, e que ainda não havia tido acesso à obra. Compreendendo que os diretores entusiasmados queriam concentrar em espaços relativamente pequenos todos seus alunos, a fim de que toda a escola participasse do esperado momento, resolvi, a partir das próximas visitas, conhecer o espaço e público primeiro. Bem, só com artimanha de professor é que pude me adaptar às inesperadas situações, sabendo que para cada leitor (faixa etária) uma estratégia diferente de leitura. Uma forma diferente de iniciar a história.
Conforme cronograma, as visitas dos autores antecederam à entrega das obras, o que ficou para mim inviável fazer leitura com turmas imensas e para um público “muito infantil” (os pequenininhos das creches-escolas). Então, a partir daí, resolvi entregar antecipadamente um exemplar  e reagendar para que a dinâmica fosse produtiva. Daí foi unânime todos os diretores implorarem para que fossem entregues pelo menos dez livros.
Fui muito bem recebida pela coordenadora pedagógica Rosimeire Tenório e a vice-diretora Martiliana Assis de Gusmão, da Escola Major Bonifácio, no Bebedouro, que não mediram tempo disponibilizando na arrumação do espaço para o que eu propunha a fazer.
Após a leitura do impresso, a novidade, reproduzi o livro do papel para o virtual, e, como se não bastasse, acrescentei a gravação da voz e animação nas imagens como estrelas piscando, chupeta e olhinhos se mexendo, letras se formando no encontro de seu lugar, tudo para que chamasse a atenção do leitor.
E realmente foi fascinante, apesar de não ter algumas escolas estrutura e equipamentos disponíveis eu disponibilizei do meu material a fim de que efetivasse um momento tão importante para o autor e leitor no olhar sobre a obra.
Bem, a partir da leitura, todos puderam expressar seu entendimento, a dinâmica da obra em seu propósito temático e perceber como o leitor pode levar um pouquinho de algo novo e para a vida toda para casa.
Pelo menos eles demonstraram entender o que é mais importante no processo de construção de suas identidades, como desenvolver laços afetivos, no enfrentamento das perdas, na reedição as dores do passado e transformação de um presente cheio de sonhos e alegria.
“Amor, alegria, perda, saudade, encontro, afeto, carinho, dor, família, amizade e superação”  foram palavras decifradas pelos alunos do 5º ano A e C, ao longo da leitura que fizeram do livro.
Muito atentos, perceberam fortemente que tanto o universo material do livro impresso quanto o virtual do digital despertaram neles uma cadeia interativa totalmente preenchida de emoção que, com certeza, será muito difícil de esquecer. 

domingo, 27 de maio de 2012

Notícias do Trem em Mundo Leitura

Imagens dos melhores momentos da solenidade de entrega das caixas de leitura do Projeto Trem das 10 para diretoras e educadores de escolas públicas de Maceió, estão disponíveis no Portal Mundo Leitura.
Para ler as reportagens e visualizar as fotos, basta clicar no links a baixo e curtir as matérias:

Trem das 10 conclui etapa Maceió 

Escolas de Maceió recebem centenas de livros

 

 

 

Maceió recebe caixas de leitura



Solenidade na Semed reuniu diretoras e educadores da rede pública 

Escritores integrantes do Projeto Trem das 10 Leitura a todo Vapor realizaram na última quinta-feira, dia 24, às 14h, no auditório da Secretaria Municipal de Educação, na Cambona, a entrega de mais de 200 caixas de leitura para diretoras de escolas públicas da rede municipal de Maceió. A solenidade, que contou com a presença de representantes da Semed e ONG Teteia, executora do projeto, marcou o encerramento do cronograma de atividades do Trem das 10.

Financiado com recursos do BNDES, Banco do Nordeste e Governo Federal, o projeto vencedor do edital BNB de Cultura 2011, realizou cinquenta visitas a escolas de Maceió e Marechal, beneficiando um público direto de 3 mil pessoas, entre crianças e adolescentes participantes das oficinas culturais na sede da ONG Teteia,  educadores e multiplicadores de leitura, que compareceram as oficinas literárias, além dos momentos de contação de histórias, que reuniram os 10 autores e  estudantes da rede pública.

     
Ao concluir a etapa de Maceió, o projeto totaliza 350 caixas de leitura distribuídas, o que equivale a 3.500 livros infantis circulando por salas de leitura e bibliotecas da rede pública municipal de Maceió e Marechal Deodoro. Cada instituição beneficiada com a distribuição gratuita de livros recebeu juntamente com as caixas em formato de trem, catálogos contendo minibiografias dos autores, alem de sugestões de dinâmicas de leitura que poderão ser relacionadas a conteúdos das disciplinas escolares.
     
“Agradeço, de antemão, a todos que participaram deste projeto pelo empenho e carinho, e pela alegria proporcionada aos alunos. Muitas dessas crianças nunca tiveram a oportunidade de conhecer de perto um autor de sua terra. Acho que cumprimos nosso papel de contribuir com a democratização da leitura em nosso Estado, de não cruzar os braços, enquanto a política de educação continua a passos lentos. Espero que cada autor continue afirmando sua caminhada no universo da literatura infantil, plantando e colhendo frutos, sem ter medo dos solos árduos que muitas vezes temos de enfrentar”, concluiu Simone Cavalcante, autora e coordenadora editorial do Trem das 10 Leitura a Todo Vapor.



Autores e atividades literárias

Os livros selecionados para as caixas de leitura são de autoria dos escritores Tiago Amaral, Ruth Quintela, Marijôse Albuquerque, Claudia Lins, Socorro Cunha, Leonardo Pimentel, Luciana Fonseca, Simone Cavalcante, Fátima Maia e Ricardo Cabús. A distribuição gratuita das obras foi apenas uma das etapas do projeto, iniciado em janeiro com a realização de oficinas culturais e literárias, comandadas pela contadora de histórias Marize Sarmento, do grupo Contadores da Carochinha..

O projeto também realizou formações literárias para mães e educadores de Marechal Deodoro e representou uma iniciativa pioneira conduzida por uma ONG em benefício da educação pública em Alagoas.

Itinerários de visita de Tiago Amaral


Rapapé e Bafafá, personagens de meu livro "A casa da reinação", embarcaram no TREM das 10 e fizeram a maior festa com as crianças da rede pública de ensino de Maceió. Foram cindo escolas visitadas e muitas surpresas compartilhadas durante os encontros que apresentaram a caixa de leitura em forma de “trem”, com seus dez livros de dez autores, a ser entregue a cada uma. 

Minha rota teve início na Escola Silvestre Péricles, localizada no Pontal da Barra, no dia 26 de março. No encontro com seus alunos, falei sobre a importância do “trio” formado por “escritor-livro-leitor” para fortalecer o hábito da leitura que deve nascer da necessidade de cada um em buscar conhecer mais sobre histórias e temas que de fato lhe interessem. Em dois momentos da conversa com estudantes do 6º e 7º anos, expus que o contato com o escritor é fundamental para desfazer a ideia de que o livro é algo distante. “O livro é apenas um instrumento para descobrirmos o que muitas vezes já está em nós, como uma curiosidade sobre determinado assunto ou uma afinidade em relação a algum tema. Às vezes somos obrigados a ler aquilo que não nos desperta paixão, mas quando embarcamos num livro que nos toca fundo é aí que a semente da leitura pode germinar”.

Em 29 de março, cheguei à Escola Monsenhor Luiz Barbosa, no bairro do Prado. Num espaço aconchegante, cuidado por profissionais dedicados e entusiasmados, fui apresentado aos alunos do 1º ano. Para eles, contei a história de “A casa da reinação”, entre brincadeiras com os bonecos-personagens e momento para um bate-papo no qual falei sobre como eu via o encontro entre quem escreve e quem lê: “Toda criança é um passarinho no ninho, à espera de algo que o alimente, arregalando olhos e aguçando ouvidos para o mundo. Quando conto histórias, sinto que posso saciar um pouco essa fome de tudo”.

A Escola Nossa Senhora da Guia, situada no Trapiche, foi visitada no dia 03 de abril. Cheguei um pouco antes da hora da merenda e aguardei as crianças lancharem para então iniciar a contação. Quando comecei, todas estavam tranquilas e atentas, tão comportadas que resolvi lhes contar mais uma história. Bastante participativos, os alunos do 2º ano me perguntaram por que eu gostava de escrever livros e lhes respondi que isso era uma necessidade para mim, como quando temos fome e precisamos comer. Assim, fazendo uma ponte com a importância que a hora da merenda tinha para as crianças, eu disse: “Quando a gente tem fome de comida, a barriga ronca. Mas existe outra fome que a gente só sente se souber ouvir a curiosidade. É a fome de uma comida diferente, chamada conhecimento”.
A quarta parada em meu roteiro foi a Escola Tereza de Jesus, no Prado, em 10 de abril. Os alunos do 2º ano não sossegaram até conhecerem de perto os bonecos Bafafá e Rapapé de “A casa da reinação”. Após a contação, conversei sobre a magia presente no olhar dos irmãos Tito e Lina, personagens do livro, perguntando às crianças quais eram seus brinquedos favoritos e por quê. De repente, uma menina me devolveu a questão e eu respondi: “O livro!”. Todos riram estranhando minha escolha e eu expliquei: “O livro é o melhor brinquedo do mundo porque com ele eu posso, além de brincar, descobrir, viajar, sonhar, e tudo isso sem sair do lugar. Isso é mágica ou não é?”.

Chegando ao fim do percurso, no bairro da Levada, a Escola Ranilson França me recebeu no dia 19 de abril. Tendo como fundo sua biblioteca cheia de brinquedos produzidos pelos alunos, contei “A casa da reinação” para crianças de várias séries. Cada um que apontasse um detalhe diferente do que mais tinha lhe chamado a atenção na história. Os menores se divertiram com os bonecos, enquanto os maiores levantavam os dedos querendo expressar o que tinham entendido com os acontecimentos narrados. Foi aí que lhes mostrei como uma única história pode ganhar interpretações diversas. “É assim que a gente exercita a mente. Era uma vez que nada! São muitas vezes que aprendemos quanto mais livros lemos”.





Livros: aventura e encantamento



Fátima Maia
Escola Marizete Correia, Loteamento Casa Forte. Manhã e Tarde. Fui recebida pessoalmente pela diretora Catarina Cerqueira que abriu as portas da escola para o projeto Trem das 10, irradiando alegria e prometendo participar daquele momento como um momento especialíssimo pra sua escola. As crianças já sabiam com antecedência da minha visita.

Por ser uma escola pequena, ficou mais fácil organizá-los no pequeno pátio na entrada da escola. A interação foi tanta que a diretora pediu que a visita se estendesse para o horário da tarde para que os alunos daquele horário não ficassem privados desse privilégio, porquanto, são raras as oportunidades de conhecerem  um escritor. 

A situação desta escola no que concerne a segurança é de grande vulnerabilidade  por vários motivos, dentre outros a insegurança do bairro que obriga os pais a irem buscar os filhos mais cedo do que o horário estabelecido pelo calendário escolar bem como pelo próprio prédio da escola que carece de porteiro e guarda escolar, obrigando a sua diretora a atuar também como guardiã da segurança pessoal dos alunos e outros que compõem a escola.

A sensação de tocar os livros


Escola Pompeu Sarmento, Barro Duro. Sendo vizinha desta escola posso acompanhar através do vai-e-vem dos alunos e dos comentários dos seus pais a importância dessa escola para nosso bairro, além de já ter conhecido pessoalmente alguns projetos que são executados com sucesso em suas salas de aulas com alunos especiais e professores, por suas formações e capacitações. 

Fui recebida por sua diretora Maria José, que me apresentou a coordenadora pedagógica e a assistente social que cuidaram de toda organização e seleção das turmas que iriam participar,  por quanto a escola atende a um grande número de alunos em diferentes faixas etárias. Nosso encontro foi conduzido para o refeitório por ser espaçoso e reservado visto que a sala de leitura estava ocupada por uma turma com um projeto em desenvolvimento. 

As questões das plantas arquitetônicas das escolas nas quais as salas circulam seus pátios requerem uma maior mobilização da escola no sentido de pensar qualquer tipo de atividade como um todo, que envolva todas as turmas, caso contrário, servirá apenas de perturbação aos que não podem participar de dentro do evento restando-lhes apenas os ruídos.  A apresentação foi muito bem aceita e compartilhada por todos os alunos que interagiram de forma alegre e espontânea.

"Os livros só mudam as pessoas"



Fátima Maia 
Escola Paulo Freire, no sítio São Jorge. Cheguei com quase dez minutos de atraso depois de ter vasculhado o bairro quase que totalmente à procura da escola que quase ninguém sabia da sua localização. Fui recebida com expectativa pelos alunos e professores que achavam que eu não ia mais. Quando apertei a cigarra da escola vi, as cabeças que assomavam às portas das salas de aula numa demonstração da agitação que a espera os causara. 


Fui recebida pela diretora, coordenadora e supervisora que cuidaram de abrir os cadeados que os protegiam dos perigos oferecidos por alguns moradores indesejados. A presença do projeto Trem das 10 - leitura a todo vapor levou com certeza além da importância do projeto com a sua dimensão para o acervo escolar, a visita de um autor  que investido de sua condição e da sua responsabilidade propõe por meio do conhecimento e da aprendizagem uma mudança de atitude para os novos leitores como tão bem definiu Mário Quintana ao afirmar: 


“ Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. 


A apresentação do projeto nesta escola teve um sabor especial por incentivar o hábito da leitura como formação, informação, entretenimento e a possibilidade de sonhar e viajar pra um mundo muito melhor do que esse mundo de violência que os cercam. Contudo, recebi das crianças e dos professores a alegria do encantamento pelos olhares e expressões que acompanharam cada momento da apresentação.

A alegria de compartilhar os livros



Fátima Maia
Escola Monsenhor Antônio Assunção, no final do conjunto José Tenório. Fui recebida pela diretora Cristina de Fátima que organizou a turma no galpão do recreio, turma pequena, de primeiro ao quinto ano que, após conhecer o projeto, os autores e a sua importância para o enriquecimento da biblioteca escolar, conheceram também os  personagens da história da Tatibitati que contaram o nascimento da floresta com sua fauna e riqueza vegetais, por meio do conto e da música. 


A apresentação foi coroada pela alegria expressas nos olhares que acompanharam a história e na alegria de cantarem o repertório contido nas músicas além da felicidade de manusearem os livros com a certeza de que poderão lê-los brevemente na biblioteca da escola. O encerramento foi um momento à parte onde todos queriam ser fotografados com os livros e ainda fizeram fila para o autógrafo que ficou registrado nas suas agendas.

Fátima Maia na Escola Hévia Valéria



Cheguei à escola Hévia Valéria, no conjunto Vilage Campestre sob a direção de Marcilene Gomes e fui recebida pela vice diretora Eliane que organizou os alunos para me receberem em alto estilo e me acompanhou auxiliando-me na leitura. 

O pátio foi preparado com cadeiras, tal um auditório, mas, a escadaria, os corredores todos os espaços foram preenchidos pelos alunos e professores  ávidos para participarem da apresentação do projeto. Posso afirmar que ninguém arredou os pés do local, antes pelo contrário...Ouviram a apresentação com expectativa e queriam receber o livro como um belo presente... 

Eu, movida pela emoção, ao apresentar os livros e seus escritores fui distribuindo-os para que eles pudessem folheá-los, e aí... Todos queriam levá-los para casa e gerou uma pequena agitação contida pela explicação de que todos eles teriam acesso a esse patrimônio por meio da biblioteca da escola. Então como num conto de fadas, todos, depois de compartilharem os livros com os colegas os devolveram para caixa de leitura e compartilharam comigo uma tarde das músicas e das histórias que fiz exclusivamente para eles... E por eles.

Leitura não tem idade


Ricardo Cabús
Às 13h30 do dia 27 estava na escola Sagrado Coração de Jesus, em Cruz das Almas e logo diversas turmas foram levadas a uma das salas de aula, onde haveria a leitura. Foi um sucesso. Muitas crianças, muitas perguntas, muita alegria. Conclui as tarefas no prazo disponível e saí em direção a Ipioca, onde concluiria as últimas visitas.

A viagem foi agradável e cheguei à Escola Marechal Floriano na hora estabelecida. Só que mais uma vez era hora do lanche e tive que esperar um tempo. Começamos pelo Anexo da Escola, com as crianças mais novas. Todas, bem alimentadas, participaram ativamente da atividade. A garotada entrou no clima da leitura e tornou o momento agradável. 

Fim da leitura, as crianças voltaram às salas de aula enquanto eu preparava o material para ir embora. No corredor de saída, passei pela janela das salas e para minha felicidade recebia acenos carinhosos das crianças. Não deu para segurar a emoção.

Em seguida, desci a praça em direção à Escola principal, para realizar a apresentação para turmas mais avançadas. Ainda era hora do intervalo. Fiquei na quadra de esportes – onde faria a leitura – observando os garotos jogando bola. Na verdade não havia uma bola, mas um objeto transformado em bola – física e mentalmente. Entretive-me bastante. As crianças eram maiores e as brincadeiras diferenciavam das escolas e creches anteriores.

Enquanto montava o banner, as crianças observavam curiosas e eu explicava o que iria ocorrer após o recreio. Havia sido combinado que seriam os alunos da 3ª série, mas garotos das séries maiores pediam para ficar. Tocou a sirene e os funcionários chamavam todos para as salas de aula. Um garoto da 4ª Série se escondeu atrás de uma lixeira tentando ficar para a leitura. Não deu certo, foi visto e levado para a aula. Observei à distância. Nada pude fazer.

Então iniciei a apresentação e a leitura. Tudo transcorreu de forma prazerosa e participativa. Após algumas fotos, com a bateria do celular descarregando, juntei o material e encerrei a atividade. A sensação de prazer tomava conta de mim. Sai da escola após os cumprimentos de praxe e fui à praça, no Alto de Ipioca, admirar por alguns instantes aquela vista estrondosa do mar. O céu era azul, o mar era algo em torno do verde e a cor da brisa que refrescava minha emoção era indefinida. Veio-me uma tautologia: Maceió é bela. Estava estático e extático. 

Cabús se diverte com crianças de creche-escola


Na semana seguinte, 30 de março, a visita foi à Creche Herbert de Souza, na Vila Emater, Jacarecica. Tive dificuldade de contato, pois o telefone não atendia (depois soube que estava quebrado).  Decidi, mesmo assim, ir na hora marcada. Cheguei à Creche, tendo passado por um trajeto insólito.  Na busca do endereço, segui, após alguns desacertos, por dentro do antigo lixão de Maceió.


Paradoxalmente, o caminho entre os altos morros de lixo tinha uma vista incrível da praia de Jacarecica. Alguns caminhões ainda transitavam, carregando dali o reciclável. Segui lentamente, e após mais alguns percalços, cheguei à Creche, onde fui muito bem recebido pela diretoria. Era hora do lanche e havia uma comemoração de aniversário. Aceitei uma fatia de bolo e comi com as crianças. Em seguida fomos para uma sala preparada para a apresentação do Projeto.

Como na creche anterior, a garotada divertiu-se bastante. Muitas fotos foram tiradas. Saí pleno de alegria com a recepção das crianças. Na saída, ensinaram-me outro caminho. Desta vez não havia lixão, mas a vista era banal. 

Ricardo Cabús em visita à Creche Benevides



Quando fui convidado pela Simone para fazer parte do Projeto Trem das 10 e soube que – além da distribuição dos 350 livros – o autor teria que visitar cinco escolas para falar do projeto e ler uma história, pensei: vai ser legal. E foi.

Comecei pela Creche Benevides Epaminondas, em Riacho Doce. Era uma sexta-feira, 23 de março, o céu claro me envolvia no trajeto pela AL-101 Norte. Sem problemas no trânsito, cheguei antes da hora marcada. Os professores já me esperavam e as crianças estavam se aprontando para ouvirem a leitura. Montei o banner e após alguns minutos as crianças estavam todas sentadas. Eram pequenas, ainda sem idade para alfabetização. 

Comecei falando do Projeto Trem das 10 e em seguida passei a ler A Galinha Saudosa. Os meninos e meninas participaram com atenção e perguntas. Uma ou outra criança se destacava com um olhar, uma palavra ou um sorriso. Eu saí carregando olhares, palavras e sorrisos.

domingo, 22 de abril de 2012

Encontro literário na Escola Mascarenhas de Moraes


“Quem aqui se lembra de quando estava ainda na barriga da mamãe?” E todos responderam... Eeeuuuu!!!
“Quem aqui se lembra do abraço mais gostoso recebido?” E todos gritaram... Eeeeuuuu!!!
“Quem aqui agradecer ao papai do céu pelo dia maravilhosamente vivido?” E todos repetiram mais ainda fortemente... Eeeeeuuu!!!
Foi assim que iniciei a contar a história de tantos “bebês impossíveis” os quais identifiquei ali, na Escola Mascarenhas de Moraes, na Pitanguinha, na calorosa tarde de terça-feira, 17.
Em tão pouco tempo o livro foi sendo lido,  favorecendo uma participação gostosa e de  mistura entre curiosidade e revelação de que  a ficção não está tão longe da realidade em si. Todos tinham sempre algo muito semelhante a me contar.  Sempre um pouco de suas histórias vivenciadas  em casa ou no ambiente  escolar.
No contexto de tantos eus, ficou mais fácil entender que não é tão difícil assim despertar o prazer na leitura...
Afinal, “quem não se lembra de ter recebido um cafuné  antes de dormir e não ver quem a gente ama partir?” Momento  este que, após lido,  não precisava antecipar logo o seu fim, mas de parar para lembrar que é nessa hora que se deve pontuar com o imprescindível silêncio. Leitura, leitores, é também inferir o que não precisa ser dito. É apreciar o que é essencial  ao entendimento humano.
Confesso também que não foi fácil atender e ouvir tantas crianças querendo contar suas  experiências vividas...  e, ao mesmo tempo, no imenso pátio da acolhedora escola, coordenada pela professora Cícera, deixar o espaço sem guardar no coração este momento tão especialmente gratificante.
Mas o melhor mesmo, ficou para o final, quando a pequenina Tamara fez sua oraçãozinha agradecendo a papai do céu pela sua família,  dia, alimento, tias e coleguinhas dessa escola.
Papel cumprido. Muito bom saber que a leitura serve também como alimento espiritual, despertando para o entendimento de que uma obra faz um leitor, e que as asas são a expressão do pensamento, e a vivência é que determinará os preciosos momentos possíveis alcançados.
Desejo que não seja em vão o caminhar dessas crianças, futuros leitores, diante da cumplicidade e dedicação do ser professor neste nosso dinâmico contexto social e escolar.

Visita a Escola Kátia Assunção


Uma experiência incrível!
Essa frase define como foi minha visita.
Sempre planejamos bem quando vamos encontrar com crianças, para que a conversa fique agradável, a atenção não seja comprometida, mas na hora, tudo muda. É como um encanto. Mágica mesmo.
O trabalho dos dez autores do projeto Trem das 10 não é apenas de visitar as escolas para falar de livros e divulgar literatura. Estamos ali realmente para abrir os corações, para que o sorriso e os olhares encantados das crianças possam invadir nossa alma e iluminar. É esse o sentimento. Felicidade.

A visita a escola Kátia Assunção foi fantástica.
A leitura do livro O Sequestro de Chiquita com as crianças do 5º. ano despertou muito interesse e integração. A professora participou ativamente e no seu rosto eu podia perceber sua alegria.

Um dia que jamais esquecerei.
Guardarei o sorriso e os olhos encantados de cada criança na minha mente, para sempre me lembrar o que é mais importante na minha vida!

Abraços do Leonardo Pimentel. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Trem das 10 estaciona na Escola Higino Belo



Por Márcio Cavalcanti

“Uma história vou contar
e você vai aprender,
não tenha medo,
não tem segredo
nem pra mim nem pra você.

Essa história eu vou ouvir
e também vou espalhar
pra todo mundo
e, num segundo,
todos irão contar”.


Esse poema acompanhado de melodia suave e acalentadora fez parar o zunzunzum. A agitação deu lugar ao silêncio, e o falatório logo se transformou em olhinhos atentos. Era a escritora Marijôse Albuquerque Costa, que, visitando a Escola Higino Belo, no bairro do Farol, levou o encanto da Literatura a dezenas de crianças e adolescentes, ao contar sua história “Sapato Viajante: Caminhos Distantes”, em mais uma ação do Projeto Trem das Dez – Leitura a todo vapor, nesta segunda-feira (02).
A magia da contação de histórias tomou conta da plateia, e ali os espectadores foram transformados em personagens de uma só história. Todos foram transportados através da fantasia para o “Reino do Sapato”, criado por Marijôse, e dividiram um mesmo cenário de sonhos. Pouco a pouco, os diálogos com a autora foram surgindo, compondo um mesmo enredo rico em imaginação, como se todas aquelas crianças fossem grandes escritores.
A aluna Maria Luíza (2ª série fundamental) parecia maravilhada com a atmosfera de encantamento literário promovida pela escritora. “Tudo que vem na nossa imaginação é só pensar que acontece”, disse a pequena em seu vocabulário infantil, contudo rico em sentimentos e paixão pelo saber. Ela não queria ser uma simples ouvinte, mas dividir o palco como protagonista, em interrupções frequentes, todas aproveitadas por Marijôse para compor aquele momento único e enriquecedor.

Marijôse – um coração pulsante pela educação
Escritora infantil, poetisa, professora de Língua Portuguesa, diretora escolar, sonhadora, multiplicadora do bem, do sorriso amigo, do abraço carinhoso, do sonho, da vontade de viver e de voar com os livros – é Marijôse Albuquerque Costa, também autora de “Tudo Vira Poesia”, seu mais novo livro ilustrado por Pedro Lucena.
“Gosto muito de ler. Desde criança eu sonhava em ser modelo de passarela, desfilar, ser princesa, arranjar um príncipe para eu me casar. Eu “viajava” nas histórias que lia. Então, cresci, me tornei professora e criei minhas próprias histórias” diz a autora.
“Agradeço às diretoras da Escola Higino Belo, Teresa Accioly e Suely Medeiros, pelas portas abertas e pelo carinho em nos receber a mim e ao Projeto Trem das 10”, concluiu, anunciando que provavelmente em maio a escola receberá mais uma visita do projeto para contemplar os alunos do turno vespertino, e quando será entregue uma caixa de leitura cujo conteúdo são os dez livros dos autores participantes do projeto.


A escritora falou ainda da importância de incentivar a criança para o hábito de ler, direcionando sua capacidade inventiva para a criação literária. Importante é notar que ações como a de Marijôse Albuquerque, em parceria com o Trem das Dez, fazem nascer novos multiplicadores de leitura: “Quando eu crescer, quero ser também uma grande escritora”, disse a pequena Maria Luíza ao se despedir de Marijôse Albuquerque.

Sapato Viajante: Caminhos Distantes
O Reino do Sapato é um lugar de bondade e alegria, onde existe uma grande fábrica de sapatos. Lá, o príncipe Sam se casa com a rincesa Daira, uma bruxa disfarçada de princesa. Filha de pais gananciosos, Daira ainda criança foi enfeitiçada para virar uma bruxa má, casar com o príncipe e tomar o reino, e Sam, que não sabia do feitiço, termina se casando com ela.
Com o passar do tempo o príncipe descobre o golpe dos sogros invejosos e o reino cai em perigo, tudo parece arruinar-se. Sam precisa encontrar uma maneira de salvar a sua amada e o seu castelo daquela maldição. O único jeito é encontrar um amuleto - um sapatinho escondido num lugar distante. Então o príncipe Sam sai numa viagem por diversos lugares encantados em busca desse sapatinho mágico.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Visita a Escola Ruth Quintella



   Quando conseguimos um sorriso de uma criança, sabendo que naquele momento ela sente a felicidade plena, entendemos realmente que é mais importante na vida, não são os bens materiais que adquirimos, mas os momentos importantes que vivemos.

     Foi entendendo isso, que minha visita a Escola Ruth Quintella tornou-se um momento especial. Não era porque um escritor estava lá, falando de livros; não era porque tínhamos um projeto a apresentar; era algo simples e complexo ao mesmo tempo. Algo que transforma o coração já tanto testado com as façanhas da vida. É algo simples .... como a alegria de uma criança e complexo .... como mudar as atitudes dos adultos.

  Como uma semente que plantamos e esperamos crescer.

 É esse sentimento que fica !

  Agradeço a Diretora Rozana, a Vice-diretora Meire, a coordenadora Sirleide, as professoras Cristina, Marileide e Izabel, e as auxiliares de sala Rozane e Mayara, pelos momentos agradáveis e a gentileza de me receber de forma atenciosa.
 Um grande abraço do Leonardo Pimentel.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Seria o menino Raimundo Pelado?



Visitando uma escola pública, no Vilage Campestre, tive a impressão de ter visto um personagem de livro. Ou seria fantasia da minha cabeça? Ele parece o Raimundo Pelado, do texto A terra dos meninos pelados, do nosso mestre Graciliano Ramos.


É claro, é só uma fantasia. O Leandro não é o Raimundo, mas bem que podia ser, ter "olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada". Por que, não? O que é ficção? O que é realidade? Por um instante quis acreditar que aquilo era possível.


Quem sabe um dia os meninos como Leandro tocarão os pés num país tão encantado como Tatipirun, um lugar onde há livros por todos os lados, e as histórias sobrevoam nossas cabeças como nuvens, sempre que desejamos  estar com elas. Neste país, os contos de fadas são como doces gigantes que nunca se acabam, e brotam em árvores de páginas de livro. E o marca texto é um escorrega-escorrega macio por onde se pode atravessar para outras galáxias de palavras.


Na escola Graciliano Ramos do Campestre, estuda Leandro suas lições de Geografia, Português, Ciências e tantos assuntos mais. Talvez conheça poucos reinos encantados, porque na sua escola há um número reduzido de livros de literatura infantil.


Mas quem sabe com a Sala de Leitura A terra dos meninos pelados que lá foi criada ele não possa viajar em países diferentes e viver, como fez sua amiga de turma,  outra espécie de aventura sem perder as asas de criança!



Oficinas de mediação de leitura para educadores de Marechal

Curso prevê a multiplicação de dinâmicas de contação de histórias na sala de aula

 
Como tornar a leitura em sala de aula uma prática lúdica que se renova a cada história?

Para compartilhar técnicas e dinâmicas de incentivo à leitura e ao prazer de ler, o Projeto Trem das 10 Leitura a Todo Vapor estará dando início no próximo dia 31 de março, a primeira de uma série de quatro oficinas para professores da rede pública municipal de Marechal Deodoro. O encontro será realizado na sede da ONG Teteia, a partir das 8h da manhã.
  
As formações para mediadores de leitura, comandadas pela contadora de histórias Marize Sarmento, do grupo Contadores da Carochinha, terão a duração total de 16 horas e ocorrerão de março a maio deste ano. O acesso é gratuito e a previsão é de que 30 educadores inscritos pela Secretaria Municipal de Educação de Marechal Deodoro participem do curso.
   
O primeiro módulo tem como tema: Dinâmicas de Leitura - Histórias Vivas, e acontecerá neste sábado, 31, das 8h às 12h. 

Oficinas de Abril
No mês de abril, serão realizadas duas oficinas: O uso de fantoches na contação de histórias, (14/04), e Técnicas de contar histórias, (28/04). O curso completo termina no dia 19 de maio, com a oficina: Como utilizar o teatro no ato de contar.
   
Construído a partir de técnicas práticas de mediação de leitura, o programa de formação promovido pelo Projeto Trem das 10 Leitura a Todo Vapor, prevê a adoção de dinâmicas literárias para o ambiente escolar, contribuindo assim para que o ato de ler se torne interativo e prazeroso para educadores, crianças e adolescentes.

Roda de leitura com alunos da João XXIII

Por Leonardo Pimentel

Continuando com as visitas, divulgando o projeto Trem da Dez, dia 28 estive na escola João XXIII.

Fiquei muito feliz com a participação dos alunos, perguntando, contando suas próprias aventuras e lendo os livros do projeto.

Aproveitei para fazer um momento de leitura e sentamos todos no chão, fazendo uma grande roda, para ler O Sequestro de Chiquita. Foi fabuloso!

E sem contar quando distribuo os livros do projeto para os alunos conhecerem; uma alegria contagiante toma conta do lugar.

Agradeço a forma atenciosa que fui recebido pela vice-diretora Ivone, pela coordenadora Araly, as professoras Aline e Lucia, e todos os alunos da escola que participaram desse momento de leitura do projeto Trem da Dez.  Até a próxima!



terça-feira, 27 de março de 2012

Brincando de ler com as crianças da Maria do Socorro Tavares

O encontro com as crianças da Educação Infantil da Escola Maria do Socorro Tavares, dia 21 de março, foi minha terceira visita dentro da agenda do Projeto Trem das 10 Leitura a Todo Vapor.

Os pequenos adoraram as brincadeiras feitas durante a contação, e eu me diverti bastante, pois elas embarcaram na magía do fabuloso Reino de BILINGUINDONE.

A escola municipal fica no bairro do Poço, e atende a 150 crianças com idades entre 03 e 05 anos, o que equivale as classes dos Maternais ao Jardim II, denominado 2º período.

A casa é pequena, mas muito arrumadinha, e a área externa, que lembra a varanda de uma casa, se transformou em nossa varanda literária.

É incrível como as crianças curtem imaginar as situações da história, olhavam para o céu tentando decifrar o formato das nuvens para ver se pareciam com as nuvens do bosque encantado, fizeram a sonoplastia das cenas, gargalhando na hora do riso e miando para chamar o Gato Precioso.

O aluno Cauê me ajudou a abrir o pote encantado para libertar BILINGUINDONE do feitiço da rainha Vermelha e ao final da história todos fecharam os olhos enquanto eu soprava o pó imaginário.

Naquela noite, educadores e alunos combinaram de sonhar com as conquistas que mais desejam para suas vidas e eu aproveito para sonhar que um projeto como esse aconteça muitas e muitas vezes por esse Brasil, pois  quem ama caminhar entre os livros saberá compreender quão maravilhoso é poder oportunizar o encantamento da leitura para todos.

Meus sinceros agradecimentos a diretora Lilian e toda sua equipe pedagógica pelo carinho com que acolheram o projeto.

Visita a escola Gerusa Costa Lima


Olá pessoal! Hoje estive na escola municipal Gerusa Costa Lima. Uma escola com pessoas felizes, alunos animados e muito bem organizada.
 A vice-diretora Adelaide comentou que todos estavam ansiosos com a minha chegada, os professores já tinham conversado com os alunos sobre o projeto e eles aguardavam com os olhos brilhantes.

Ficamos reunidos numa área externa e logo após falar sobre a importância do Trem das Dez, li parte do meu livro com os alunos e depois distribui os livros do projeto para que eles conhecessem um pouco os autores.

 Foi uma tarde muito proveitosa e encerramos escrevendo juntos um pequeno texto sobre a tarde mais divertida da minha vida.

Vejam as fotos do encontro.

Abraços, Leonardo Pimentel.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Contação - Caic da UFAL Carmelita Gama

Por Marijôse Albuquerque Costa

         A experiência de compartilhar mais uma contação com as crianças valeu a pena. Senti que faltava mais empolgação sobre ações em torno da leitura. Crianças cheias de sonhos... A alegria de ouvir e participar desse momento foi gratificante e um grande aprendizado para mim. Espero que para eles também.
         Ah! A biblioteca é enorme e muito bem arejada.

O futuro da sociedade está nas mãos das crianças que leem.